terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Porangatu é o caso mais expressivo de descumprimento da meta da Aneel

As interrupções no fornecimento de energia elétrica estão mais frequentes em todo o Estado. É o que revelam os relatórios da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre indicadores de continuidade e qualidade. Só em setembro deste ano, o goianiense ficou, em média, 2,55 horas no escuro, número 30% maior do que o de setembro do ano passado, que chegou a 1,96 hora (veja quadro). O recorde de 2008 foi na região de Jataí, no Sudoeste goiano: 172,95 horas sem energia elétrica.

Isso quer dizer que a Companhia Energética de Goiás (Celg) extrapolou, e muito, a meta estipulada pela Aneel para a região. Anualmente, a agência estipula o número máximo de horas que determinada localidade pode ficar sem energia. No caso de Jataí, a meta para 2008 era de 67 horas e foi estourada em 158,13% pela concessionária. O caso mais expressivo de descumprimento da meta da Aneel foi em Porangatu, no norte do Estado: 331,25%.

O máximo tolerado seriam 40 horas, mas a população ficou 132,54 horas sem energia em 2008. Os valores representam a média. No caso de Goiânia, que tem quatro conjuntos de distribuição, a média corresponde a todos os consumidores. Em 2 de setembro, houve um apagão que atingiu parte do Estado, provocado pelo contato de uma palmeira com a rede de alta tensão. Os bairros atingidos ficaram mais do que 2,55 horas sem energia.

A repetição dos transtornos, que é mais frequente no período chuvoso, preocupa moradores e empresários, que reclamam de prejuízos e cobram da Celg a solução de seus problemas financeiros e a retomada dos investimentos. Sem a devida manutenção, a tendência é de piora. “O sistema elétrico necessita de investimentos constantes. Todo aumento da demanda de carga vai trazer impactos e, se o sistema se degrada (por falta de manutenção adequada), torna-se mais suscetível a interrupções”, explica o gerente de Energia da Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR), Jorge Pereira da Silva.

A AGR fiscaliza a distribuição de energia elétrica, com poderes delegados pela Aneel, por convênio. Jorge acredita que as interrupções de energia, que têm aumentado em frequência e duração, não chegam a configurar apagões. “As metas estão declinando ano a ano, o que obriga as concessionárias a investir mais para acompanhar as reduções de meta.” Todas as interrupções com tempo igual ou superior a três minutos são investigadas. Jorge destaca que o sistema de distribuição da Celg, que é aéreo, é mais suscetível às variações do clima. Por isso, os problemas são mais frequentes no período chuvoso, de setembro a março. Na terça-feira da semana passada, a chuva causou um apagão que durou das 14 às 18 horas e atingiu bairros das Regiões Central e Leste de Goiânia.

A Celg não comentou a situação. A empresa foi procurada na quinta-feira da semana passada, por meio de sua assessoria de imprensa. A reportagem enviou as perguntas por e-mail. Na sexta-feira, a empresa informou que só teria condições de responder na segunda-feira. Procurada novamente ontem, a Celg informou, no início da tarde, que só hoje teria condições de responder aos questionamentos.

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